A Diabetes Mellitus tipo 2 está entre as doenças crônicas mais comuns, e devido aos hábitos e aumento da expectativa de vida, a tendência é que ocorra um aumento no número de casos.
A Diabetes Mellitus tipo 2 está entre as doenças crônicas mais comuns, e devido aos hábitos e aumento da expectativa de vida, a tendência é que ocorra um aumento no número de casos.
Quem for trabalhar na atenção primária com certeza irá se deparar com pacientes portadores de DM, e então, este assunto pode ser cobrado no REVALIDA 2020.
Tanto nas provas como na rotina médica, as dúvidas mais comuns envolvem o tratamento da DM 2. Pensando nisso, elaboramos um compilado com os principais pontos a saber!
O tratamento não é só medicamentoso
Embora a tendência da medicina ainda seja a de medicalizar as mais diversas situações clínicas, sabe-se que em se tratando de doenças crônicas, a mudança de estilo de vida é o ponto principal.
A Estratégia e Saúde da Família (ESF) acaba se tornando fundamental para a abordagem da DM2, visto que é possível contar com vários profissionais para auxiliar aquele paciente:
- Educador físico;
- Nutricionista;
- Endocrinologista;
- Psicólogo;
E muito mais.
Também, são necessários especialistas para prevenir e manejar as complicações da doença – a exemplo das renais, cardíacas, oftalmológicas, etc.
Então, o primeiro passo é não encarar a Diabetes como uma doença que pode ser tratada unicamente com medicamentos e por um médico, mas sim, uma condição que exige o engajamento do paciente e de toda a equipe.
São várias as classes medicamentosas
Apesar de o SUS contar com opções limitadas de fármacos para a DM2, há a tendência que haja um aumento desta disponibilidade nos próximos anos.
Um generalista deve ter conhecimento sobre todas as classes de hipoglicemiantes, bem como de seus efeitos adversos e indicações. Em resumo, podemos mencionar:
1) Sulfoniureias: representadas pela glibenclamida, são fármacos que estimulam a produção de insulina pelas células beta.
Apesar desta ação benéfica diretamente sobre o pâncreas, tem-se um aumento de peso associado, o qual pode descompensar a doença. Então, quando se tem outras drogas a disposição, esta acaba sendo deixada para segundo plano.
2) Biguanidas: a metformina é a única biguanida comercializada no Brasil, e sem dúvidas, é um dos fármacos mais usados para a DM2.
Suas ações são múltiplas, e incluem a inibição de produção de glicose hepática, como também sobre adipócitos e GLP-1.
Além de gestantes, cardiopatas, hepatopatas e nefropatas não devem fazer uso do medicamento. Um efeito esperado é a hipovitaminose de B12, que tende a surgir após meses/anos de uso.
3) Glitazonas: a pioglitazona é uma das representantes, tendo ação sobre o GLUT4 (é importante rever a fisiopatologia da doença para relembrar). Há poucas contraindicações para este medicamento, mas ele deve ser evitado em cardiopatas classe III e IV, bem como em gestantes.
4) Inibidores de alfaglicosidase: a acarbose é um dos principais medicamentos, tendo ação sobre enzimas situadas no intestino.
Este não é um medicamento muito utilizado, visto que tem pouco efeito sobre a hemoglobina glicada, e pode trazer vários efeitos adversos (sendo a diarreia o mais incômodo).
5) Agonistas do GLP-1: a liraglutida está neste grupo, e tem como grande vantagem a perda de peso. Infelizmente, ainda são medicamentos caros, mas que podem trazer resultados muito satisfatórios.
6) Inibidores de SGLT2: esta classe ganhou ênfase no último ano, visto que a dapaglifozina foi trazida em congressos como sendo útil para a insuficiência cardíaca.
Com isso, se espera que estes pacientes que tenham DM2 possam se beneficiar do fármaco. Novamente, o custo ainda é um limitador.
7) Insulina: a insulina é reservada para fases avançadas da DM2, em que fármacos já não são capazes de manter a glicemia baixa e de estimular as células pancreáticas a produzir glicose.
Ela pode ser usada juntamente com outros medicamentos, visando à redução de mortalidade e melhora da qualidade de vida do doente.
Adesão é fundamental
É normal que os médicos tenham a angústia de prescrever os melhores fármacos para a DM2 – o que nem sempre é possível.
Porém, ao prestar a Prova REVALIDA 2020, preocupe-se também com outros fatores que permeiam o dia a dia do paciente:
- Recursos financeiros para a compra de fármacos;
- Acesso à saúde;
- Condições socioeconômicas e educacionais (por exemplo, questione se o paciente sabe ler);
- Outras comorbidades;
- Controle glicêmico;
- Dieta e prática de exercícios;
- Número e horário de refeições;
E muito mais.
Quando se considera o paciente de modo holístico, torna-se mais fácil ajudá-lo, inclusive através da prescrição.