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O que um generalista precisa saber sobre hipertensão arterial?

Vai prestar prova de residência ou REVALIDA neste ano? É preciso estar atento a alguns temas, como a hipertensão arterial.

Um dos motivos para que ela seja frequentemente cobrada em provas é o fato de ser uma doença crônica e extremamente prevalente.

Afinal, o que você sabe sobre o assunto?

Prevalência  

Anteriormente, lhe dissemos que a HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) é uma doença comum, então você deve estar se perguntando quantas pessoas e quem é afetado, certo?

Embora haja divergências entre estudos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia traz que:

32,5% dos brasileiros adultos tenham HAS;

60% da população idosa sofra com a doença cardiovascular em questão.

Homens costumam ser mais frequentemente atingidos, e outros fatores de risco são notados, tais como idade avançada, excesso de peso, consumo excessivo de sal e/ou álcool, sedentarismo e questões genéticas.

Portanto, sempre que tiver em seu consultório (ou na sua prova prática) um paciente com fatores de risco, é preciso se lembrar do diagnóstico de HAS e de outras DCV (doenças cardiovasculares).

Definição de Hipertensão Arterial

Os conceitos trabalhados a seguir se aplicam a indivíduos que tenham mais de 18 anos – guarde essa informação!

A hipertensão arterial é definida como níveis pressóricos anormais em mais de uma situação, acima de 139 mmHg (sistólica) e/ou 89 mmHg (diastólica).

Ainda, enquadra-se como pré-hipertensão indivíduos que tenham valores entre 121-139 mmHg de sistólica e/ou 81-89 mmHg de diastólica.

Pode-se lançar mão de várias armas para o diagnóstico:

Aferição realizada por profissional treinado em ambiente hospitalar ou consultório médico;

Monitorização residencial de pressão arterial;

Monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA);

Portanto, leve em consideração os fatores individuais do seu paciente para a tomada de decisão.

Exames complementares

Frente ao diagnóstico de HAS, é preciso que o médico solicite exames complementares, de modo a avaliar possíveis danos que os níveis pressóricos aumentados possam ter causado.

Os testes comumente solicitados são:

Análise de urina;

Níveis de potássio;

Glicemia de jejum;

Taxa de filtração glomerular;

Creatinina plasmática;

Lipidograma;

Dosagem plasmática de ácido úrico;

Eletrocardiograma convencional.

Ainda, é preciso ter em mente que casos “atípicos” de HAS podem, na verdade, se tratar de hipertensão arterial secundária. Então, esteja atento, e realize uma anamnese detalhada.

Decisão terapêutica

A decisão terapêutica deve ser tomada sempre em conjunto com o paciente, de modo a respeitar suas decisões e preferências. Levando em consideração os guidelines e o que se tem de evidências científicas, pode-se dizer que a terapia se divide em duas vertentes.

1. Abordagem não farmacológica

Há vários fatores que auxiliam no controle da pressão arterial, e devem ser enfatizados sempre:

Perda de peso (se necessário);

Prática de atividades físicas;

Abandono do tabagismo e/ou etilismo;

Fuga do estresse;

Alimentação saudável;

Redução do consumo de sódio;

E assim por diante. A abordagem multidisciplinar pode ser utilizada em tais pacientes, e pode ser mencionada inclusive na prova prática do REVALIDA.

2. Abordagem medicamentosa

Em casos leves e/ou que as medidas não farmacológicas não forem efetivas, é preciso iniciar o uso de medicamentos.

Evidências científicas trazem que, há melhores desfechos com as seguintes classes: diuréticos tiazídicos, bloqueadores de canais de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA). Obviamente, há outros fármacos que podem ser usados, como sendo de segunda linha.

Não há “receita mágica” para o tratamento da HAS. É preciso considerar a gravidade do caso, efeitos adversos, interações com outros fármacos e as preferências do paciente.

Como dica para este post: revise a farmacologia dos medicamentos utilizados para a HAS, e conheça quais deles estão disponíveis no SUS.

Sabendo deste assunto, algumas questões já estarão garantidas no REVALIDA 2021!

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