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Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais (parte 2)

Na quinta-feira (28/7) foi o Dia mundial de luta contra as hepatites virais. A data que foi instituída pela Organização Mundial da Saúde, em 2010, alerta sobre a importância da prevenção e do controle dessa doença que causa cerca de 1,4 milhões de mortes por ano em todo o mundo.  

Aproveitando a data, nós do Revalidando preparamos um resumo completo, e nessa segunda parte, fechamos o assunto com o que você precisa saber sobre tratamento e prognóstico da doença.   

Tratamento  

Hepatite aguda  

Não existe tratamento específico para as formas agudas, exceto para hepatite C e hepatite B aguda grave. Para as demais hepatites, se necessário, apenas tratamento sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como norma geral, recomenda-se repouso relativo até a normalização das aminotransferases. A única restrição dietética está relacionada à ingestão de álcool.  

Hepatite crônica  

A decisão de iniciar o tratamento deve considerar o risco de progressão da doença, a probabilidade de resposta terapêutica, os eventos adversos do tratamento e a presença de comorbidades.  

A forma aguda da hepatite C e as formas crônicas das hepatites B, C e D têm diretrizes clínico-terapêuticas definidas e atualizadas, e variam de acordo com o estágio de fibrose hepática e o genótipo da doença. Os tratamentos e suas variações podem ser encontrados nos seguintes documentos: Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite C e coinfecções (2018); e Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite B e coinfecções (2017). 

Prognóstico  

Hepatite A  

Geralmente, após 3 meses o paciente está recuperado. Apesar de não haver forma crônica da doença, há a possibilidade de formas prolongadas e recorrentes, com manutenção das aminotransferases em níveis elevados, por vários meses. A forma fulminante, apesar de rara (menos que 0,1 a 0,4% dos casos), apresenta prognóstico ruim. O quadro clínico é mais intenso à medida que aumenta a idade do paciente.  

Hepatite B  

A hepatite B aguda normalmente tem um bom prognóstico, com resolução da infecção em cerca de 90 a 95% dos casos, a depender da idade da pessoa. Menos de 1% poderá evoluir para hepatite fulminante. Em cerca de 10% dos casos, o marcador HBsAg permanece reagente por mais de 6 meses, caracterizando a hepatite crônica. A cronificação é mais prevalente nos casos de transmissão vertical ou de infecção durante a infância.  

Hepatite C  

No curso da infecção, a cura espontânea após a infecção aguda pelo HCV pode ocorrer em 25 a 50% dos casos. Habitualmente, a hepatite C é diagnosticada em sua fase crônica. Como os sintomas são, muitas vezes, escassos e inespecíficos, a doença evolui durante décadas sem diagnóstico.  

Hepatite D  

Na superinfecção, a cronicidade é significativamente maior (70%), em comparação ao que ocorre na coinfecção (5%). Na coinfecção, pode haver uma taxa maior de casos de hepatite fulminante. Já a superinfecção determina, muitas vezes, uma evolução mais rápida para cirrose.  

Hepatite E  

Não há relato de evolução para a cronicidade ou viremia persistente. Em gestantes, porém, a hepatite é mais grave e pode apresentar formas fulminantes. A taxa de mortalidade em gestantes pode chegar a 25%, especialmente no 3° trimestre, podendo ocorrer, em qualquer período da gestação, abortos e mortes intrauterinas.  

Características epidemiológicas  

Por representarem um problema de saúde pública no Brasil, as hepatites virais são de notificação compulsória desde o ano de 1996. No Brasil e no mundo, o comportamento das hepatites virais tem apresentado grandes mudanças nos últimos anos. A melhoria das condições de higiene e de saneamento básico das populações, a vacinação contra o vírus da hepatite B e as novas técnicas moleculares de diagnóstico do vírus da hepatite C constituem fatores potencialmente associados às transformações no perfil dessas doenças. A heterogeneidade socioeconômica, a distribuição irregular dos serviços de saúde, a incorporação desigual de tecnologia avançada para diagnóstico e tratamento de enfermidades são elementos importantes que devem ser considerados na avaliação do processo endemoepidêmico das hepatites virais no Brasil. 

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