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Depressão: Manejos e condutas na APS

Há 9 anos, a Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina organiza em todo território nacional, o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano.

De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Sabendo destes números alarmantes e tendo em vista o cenário pós-pandêmico em que a nossa sociedade se encontra, é de suma importância que o profissional da saúde saiba realizar um atendimento de qualidade, focado na saúde mental daquele paciente que vem à procura de tratamento.

Pensando nisso, preparamos um guia rápido para revisão dos principais pontos sobre o atendimento do Transtorno Depressivo Maior na atenção primária a saúde. Confira abaixo.

A depressão é um transtorno mental de curso crônico e recorrente, que geralmente ocorre associada a outras condições mentais, neurológicas e por uso de substâncias, assim como condições físicas. Embora sua fisiopatologia seja complexa e de origem multifatorial, sua manifestação clínica consiste em uma síndrome bem definida. Seus sintomas envolvem alteração no humor (triste ou disfórico), na cognição (memória, concentração e processamento de informações diminuídos além de desesperança e sensação de desamparo), sintomas comportamentais (isolamento social, lentificação psicomotora) e neurovegetativos (alteração de sono e apetite).

A depressão pode causar um grande sofrimento ao indivíduo, envolvendo problemas no trabalho, no meio familiar e na comunidade, bem como aumentar o risco de suicídio.

O Diagnóstico do episódio depressivo

Frequentemente, o paciente com depressão tem humor deprimido, com perda de interesse, perda do prazer e/ou cansaço na maior parte do dia, e que persiste na maioria dos dias.

Para caracterizar um episódio depressivo, este quadro deve durar pelo menos duas semanas, mas períodos mais curtos podem ser considerados se os sintomas forem excepcionalmente graves e de início rápido. O número, o tipo e a gravidade dos sintomas, assim como o grau de comprometimento funcional, permitem determinar três graus de um episódio depressivo: leve, moderado e grave.

O tratamento

O diagnóstico apropriado possibilita um tratamento precoce. Nos primeiros seis meses de sintomas, cerca de 50% dos pacientes se recuperam, entretanto, este percentual cai agudamente com o passar dos meses. O tratamento pode ser realizado na Atenção Primária à Saúde, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e nos ambulatórios especializados.

A maioria dos casos de depressão pode ser manejada na APS, com intervenções psicossociais e tratamento medicamentoso.

Aspectos gerais da abordagem

As abordagens devem ser centradas no paciente, considerando sua individualidade e a realidade do ambiente sociocultural em que está inserido. É importante engajar as pessoas que residem na mesma casa (familiares/cuidadores) nos processos de mudança.

  • Oferecer uma escuta qualificada, auxiliando o paciente a resgatar sua posição de protagonista
  • Construir uma relação de confiança, explicando sobre o curso da doença e explorando as opções de tratamento
  • Disponibilizar acompanhamento periódico

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