Bem-vindos ao nosso blog, onde buscamos desvendar os mistérios e desafios enfrentados pelos profissionais em busca da revalidação médica. Hoje, mergulhamos em um tema crucial para o entendimento da saúde feminina: o climatério. Essa fase da vida de uma mulher traz consigo uma série de transformações físicas e emocionais, exigindo uma compreensão profunda por parte dos profissionais de saúde. Vamos explorar os sinais, sintomas e cuidados necessários durante esse período de transição.
Climatério: Entendendo as Complexidades da Transição
O climatério, muitas vezes confundido com a menopausa, é uma fase natural na vida da mulher que marca o fim da fase reprodutiva. É um período de transição que pode durar vários anos e traz consigo uma série de mudanças físicas e emocionais devido à diminuição dos níveis hormonais. Entender as nuances dessa fase é fundamental para oferecer o melhor cuidado às pacientes.
Durante o climatério, os níveis hormonais, especialmente os de estrogênio, começam a diminuir gradualmente, levando a uma série de sintomas característicos, como ondas de calor, alterações de humor, distúrbios do sono e ressecamento vaginal. Além disso, o climatério está associado a um maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e osteoporose devido à diminuição dos níveis hormonais.
Principais Considerações Médicas:
Durante a consulta médica no climatério, é essencial realizar uma avaliação abrangente da saúde da mulher. Isso inclui o rastreamento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, e a realização de exames complementares de forma criteriosa. A propedêutica complementar deve ser guiada pelos sintomas apresentados pela paciente e pelos fatores de risco individuais.
Principais sinais/sintomas do climatério:
Os mais comuns são:
- ondas de calor ou fogachos: episódios súbitos de sensação de calor na face, pescoço e parte superior do tronco, geralmente acompanhados de rubor facial, suores, palpitações no coração, vertigens, cansaço muscular. Quando mais intensos, podem atrapalhar as tarefas do dia a dia;
- irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;
- manifestações como dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e urgência para urinar, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor à penetração e diminuição da libido;
- sintomas psíquicos: a redução dos níveis de hormônios femininos interfere com a liberação de neurotransmissores essenciais para o funcionamento harmonioso do sistema nervoso central, fazendo com que aumentem as queixas de irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;
- alterações na pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e quebradiços;
- alterações na distribuição da gordura o corpo, fazendo com que se concentre mais na região abdominal;
- perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;
- risco aumentado de doenças cardiovasculares: a doença coronariana é a principal causa de morte depois da menopausa.
A terapia hormonal (TH) da menopausa pode ser uma opção para tratar os sintomas do climatério, mas sua prescrição deve ser cuidadosamente avaliada com base na história clínica da paciente e em uma propedêutica complementar racional. Para mulheres com idade superior a 45 anos e sintomas sugestivos de hipoestrogenismo, o diagnóstico de síndrome do climatério é clínico, mas pode ser confirmado por dosagens de hormônio folículo-estimulante (FSH). A terapia de reposição hormonal tem a vantagem de aliviar os sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão, irritabilidade) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal, incontinência urinária) no climatério. Além disso, funciona como proteção contra a osteoporose e assegura melhor qualidade de vida para a mulher.
No entanto, existem contraindicações que devem ser avaliadas com cuidado pelo médico e pela mulher, não sendo indicada a automedicação, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, trombose, câncer de mama e de endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de origem desconhecida. Além disso, durante a consulta no climatério, é importante realizar o rastreamento de cânceres ginecológicos e de fatores de risco para doenças cardiovasculares. O cuidado oom a saúde óssea também é crucial, com recomendações para a realização de densitometria óssea em mulheres com idade superior a 65 anos ou com fatores de risco para osteoporose.
O climatério é uma fase de transição na vida da mulher que requer uma abordagem cuidadosa e compreensiva por parte dos profissionais de saúde. Ao compreender os sinais, sintomas e considerações médicas associadas a essa fase, podemos oferecer o melhor cuidado possível às nossas pacientes. É fundamental realizar uma avaliação abrangente da saúde da mulher durante o climatério, incluindo o rastreamento de doenças crônicas e a realização de exames complementares de forma criteriosa. Com o conhecimento e o cuidado adequados, podemos ajudar as mulheres a atravessar essa fase de transição com saúde e bem-estar.
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