A endometriose é uma doença cada vez mais comum entre as mulheres, causadora de limitações, incapacidade e/ou infertilidade. O que você sabe sobre o tema?
Mesmo que você não queira seguir carreira como Ginecologista e Obstetra, alguns assuntos são imprescindíveis, e devem ser de conhecimento de todo generalista.
A endometriose é uma doença cada vez mais comum entre as mulheres, causadora de limitações, incapacidade e/ou infertilidade. O que você sabe sobre o tema?
Neste artigo, pincelaremos os principais pontos da endometriose, e que, inclusive, podem cair na sua prova do REVALIDA. Vamos lá?
Definição
A endometriose pode ser definida como a presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina.
Dentre os locais em que este tecido funcionante pode se encontrar, mencionamos:
- Peritônio (principalmente pélvico);
- Fundo de saco;
- Ovários;
- Pericárdio;
- Pleura.
Há casos registrados na literatura em que havia tecido presente no sistema nervoso central. Curioso, concorda?
Causas
Há várias teorias utilizadas para explicar o surgimento da endometriose. Dentre elas, podemos mencionar:
1. Menstruação retrógrada
O refluxo de tecido endometrial durante a menstruação poderia acontecer para as trompas e, consequentemente, haveria a implantação em outros sítios – principalmente pélvicos e abdominais.
2. Teoria metastática
Embora a menstruação retrógrada fosse suficiente para justificar a presença de sítios na pelve e abdome, ela não contempla explicações para a presença de endométrio no SNC, por exemplo.
A teoria metastática propõe a disseminação do tecido em questão pelas vias hemáticas e/ou linfáticas, e justificaria a presença de endométrio em locais distantes.
3. Células precursoras
Além do útero, pode ser que haja restos embriofetais de endométrio em outras regiões do corpo da mulher. Quando houvesse a estimulação hormonal, estes acabariam por reagir de mesmo modo que o endométrio uterino.
4. Outros fatores
Além das teorias propostas e citadas anteriormente, acredita-se que outros fatores estejam relacionados ao desencadeamento da endometriose. Dentre eles, pode-se falar em questões imunes, genéticas e ambientais.
Manifestação clínica
A endometriose pode ser suspeitada através do quadro clínico de pacientes que costumam buscar ajuda médica em todos (ou na maioria) de seus ciclos menstruais.
Dentre as manifestações, estão:
- Dismenorreia severa, a qual pode levar inclusive à incapacidade e afastamento do trabalho;
- Dor pélvica crônica;
- Dispareunia profunda;
- Dor ovulatória;
- Cansaço crônico;
E muito mais.
Muitas pacientes podem ser portadoras de endometriose e não apresentam sintomas. Mas, acabam recebendo o diagnóstico após múltiplas falhas na tentativa de gestação (condição chamada de infertilidade).
Embora inúmeros exames possam ser feitos para confirmar o quadro clínico, lembre-se que apenas a videolaparoscopia é capaz de dar o diagnóstico definitivo.
Como o tratamento deve ser feito?
Como um bom generalista (e também como quem vai prestar o REVALIDA), é imprescindível que você tenha em mente o manejo básico da endometriose!
1. Anticoncepcionais orais
Sempre que houver busca por um método anticoncepcional, portadoras de endometriose devem ser orientadas quanto ao uso de ACO.
Estes medicamentos auxiliam a retardar a progressão da doença, além de diminuir a dismenorreia.
2. Danazol
O danazol age inibindo a liberação de GnRH, e consequentemente, o pico de LH. Ao longo do tempo, tem-se a atrofia dos implantes endometrióticos, o que acaba por reduzir drasticamente a dismenorreia.
Porém, quando o tratamento é descontinuado os sintomas tendem a retornar. Também, há pacientes que não toleram os efeitos adversos da medicação (como edema, acne, aumento do apetite e outros decorrentes do aumento de andrógenos).
3. Tratamento cirúrgico
Anteriormente, lhe falamos que o diagnóstico definitivo é dado apenas pela VLP, lembra?
Além disso, a cirurgia pode oferecer o tratamento, devendo ser reservada para casos resistentes a medicamentos e/ou caso haja desejo de engravidar.
Obviamente, estes casos precisam ser encaminhados para o ginecologista!
Se o básico cair na sua prova do REVALIDA, você está preparado para responder? Conte para nós!